Hoje sou a Alessandra, mulher, mãe, amiga, filha de Francisca e de um homem que carrega em seu nome a paciência de um santo bendito. O seu expedito.
Amada por uns, odiada por outros, indiferente para alguns, ninguém para tantos e única para mim.
Sou feliz quase todos os dias e triste algumas noites. Tenho medos e pavores, quando apagam as luzes e os abajures.
Mas antes de ser Alessandra fui Maria, fui Cassandra, fui João, fui príncipe fui plebeu. Fui pedra no sapato cobra e macaco, depois homo sapiens um tal de animal racional. Foi ai que tudo ficou mal. Que confusão! O que é certo? O que é errado? Tudo isso foi criado. Os mais espertos criaram leis, deuses e aléns!
Caminhei sem rumo a trás do que comer. Tive bando tive terras pra andar, tive água pra beber, senti fome. Foi ai que tive a necessidade de parar, pra minha morada fixar...
Tive idéias, ideologias, briguei pelas minhas verdades na confusão de muitos gritos da certeza das verdades da oposição!
Joguei pedra na cruz, fui queimada na inquisição, fui herege fui ladrão. Nasci homem, nasci mulher, entre uma e outra vida me senti em confusão. Sem saber qual opção fui gay! E nessa confusão senti na pele a discriminação.
Matei roubei, desprezei, amaldiçoei, amei, sonhei, protegi, perdoei, fui perdoada. Fui pobre fui rica, fui amada desejada, fui amante prostituta, fui freira fui ateu, fui budista fui ateu. fui negra, amarela, parda, fui nativa...briguei pra viver, e lutei ate morrer.
Tive inveja , orgulho, ciúmes, ingratidão, só sonhei com minha satisfação. Tive amor, paciência tolerância e gratidão. Fui cristão!
Entre berços e túmulos vou buscando a minha evolução, se me lembrasse com mais freqüência tudo aquilo que passei, hoje seria a Alessandra sem preconceitos, sem magoas, sem rancores. Porque veria nas pessoas eu mesma, e as aceitaria com mais compreensão e com certeza essa é minha obrigação. Só tenho a agradecer, por mais que preciso evoluir, eu sei que já fiz muito. Fui mineral hoje sou ANIMAL! Hoje sou a Alessandra, e o meu futuro não arrisco adivinhar, só Deus alinhavara os meu caminhos a andar!
Alê Biét.
Totalmente filosófica, poética.
ResponderExcluirGostei!
Arrasou!
* Nasci no dia de Santo Expedito :)
Para humildemente complementar a descrição de seu eu, se me permite, achei que cabe:
"A ambigüidade me torna sólida.
Tive perdas, que se multiplicaram com o passar do tempo.
Tive ganhos, num saldo que não me faz sentir injustiçada.
Especialmente, não perdi a obstinada confiança
Que me impele a prosseguir quando o próximo passo parece difícil demais
(Lya Luft)
1.000 bjos
Bem q eu vi (senti) q tanta simpatia, doçura não eram a toa, nascidos nesse dia, mês e ano, devem ter uma estrelinha especial.
ResponderExcluirAmei seu comentário, e esse "pessoas são como livro", por sinal, se não me engano, ouvi Pe Fábio falar ou li em algo que ele escreveu.
Boa sexta pra vc e um ótimo finde :)
Uma instigante biografia! Adorei.
ResponderExcluirBeijo