Quando índio era apenas índio os nomes da
“moda” eram, Acauã, Açuã, Ibiajara, Içara, Jussara Kaloré, Nhandeara, Piatã,
Tayrone .... Nomes inspirados pela vasta
natureza.
Depois que os jesuítas começaram a
catequizar e batizar os índios e os brancos gerar filhos nas mulheres índias,
os índios deixam de ser apenas índios e se transformam aos poucos em caboclo,
mameluco, curiboca, brasilíndios...
Daí por diante nomes inspirados pela
natureza são relativamente limitados por nomes de santos e nomes bíblicos.
O curumim agora é menino, guri, caburé,
moleque, João, Pedro, Tiago, Maria, Ana, Zé e Mané.
Quantas Marias!
“Marias
de santas, Marias de flor, Seria Maria, Maria somente/ Maria semente...” Maria
de trem, Maria estrela.
Era bem provável que cada casa tinha
uma Maria, eram tantas Marias que Maria tinha que ter uma referência. Se Maria
fosse solteira, era Maria filha de fulano de tal, se fosse casada, era Maria
mulher de sicrano ou beltrano.
_Sabe a Maria?
_ Qual Maria?
_Maria de Mundico.
_Mundico Bezerra ou Mundico Ferreira?
_Mundico Ferreira.
Pronto!! Agora que Maria foi identificada
a conversa segue adiante.
José mais conhecido por Zé foi mais
popular em tempos antigos. Hoje Zé caiu no desuso. Acho que tem haver com o Zé
ninguém ou o Zé Mané!
Não foi só os moradores de Pindorama que
mudou o nome. Pindorama também mudou. Terra de Vera Cruz, Ilha de Vera Cruz,
Ilha da Cruz, Terra de Santa Cruz, Terra dos papagaios, Brasil.
A cor do povo também mudou. Vermelho, amarelo, branco, negro, pardo,
moreno, jambo, mulato, Katinguelê, lusco-fusco...
Os índios brasileiros falam ou falavam
Tupi, Macrô-Jê, Aruak e tantos outros dialetos nas quais herdamos, Beiju,
tapioca, mandioca, abacaxi, jururu, capenga... Herdamos os banhos de todos os
dias, artesanatos, personagens do folclore brasileiro, Anhangá, o Boitatá, o Boto,
Caipora, Cairara, Curupira, Iara, Saci Pererê, Uirapuru, o Velho da praia...
Os negros africanos nos presentearam com
a cor e com acarajé, agogô, angu, jiló, maxixe, feijoada, moleque, capoeira, gingado, bagunça, banzé, batucar,
beleléu, berimbau, biboca, bunda, cachaça, cachimbo, caçula, cafofo, cafuné, calango,
camundongo, candomblé, canga, cangaço, capanga, capenga, carimbo, catinga...
E a palavra DIVERSIDADE vem do latim
ou do grego?